sábado, 17 de outubro de 2009

voltei!!! ** um ano depois...

Um ano se passou desde que eu deixei aquele aeroporto de Orlando então resolvi não escrever mais aqui. Ora, essa bagaça já estava abandonada mesmo, e, se fosse pra voltar, que seja em alguma edição histórica!rs

Pois é, doze meses e uns quebrados depois e muito do que eu pensei que fosse acontecer, nem deu sinal de possibilidade e outras coisas inesperadas aconteceram. É, a vida é assim.
É estranho voltar a escrever exatamente no ponto onde eu parei. Até porque, minha mentalidade mudou muito nos últimos meses de intercâmbio e mais ainda depois que eu cheguei no Brasil. Coisas que eu considerava banais lá, hoje lembro com um carinho e uma saudade imensa! Não dei valor e reclamei de muita coisa, e eu não fui a única. Sei lá, alguém que tá pagando uma nota, tem a utopia de querer em troca a perfeição. Mas... na boa? A imperfeição é, de longe, mais divertida!

Fomos ingratos, aproveitamos muito algumas coisas e deixamos de lado outras. E uma coisa, acredito eu, que é unânime: a vontade de voltar. No meu caso, não queri voltar pra ser guest relations nem o diabo a quatro, queria voltar pra aquele tempo, aquela rotina da qual eu, loucamente reclamava. Voltando, tudo seria diferente as pessoas diferentes as experiências diferentes . Lóóógico, a rainha do “me chama que eu vou” não tá negando não, mas eu vi pessoas que não eram a primeira vez e o sentimento é diferente, tudo compara, compara os amigos, os trabalhos, os parques.... Cara, essa porra é um troço sem comparação! Depois que passa, a gente sente falta até mesmo do que não gostava.

Enfim, recomeço o blog pelo fim... um ano depois da volta cá estou pra dizer como foi a jornada que por muitas vezes insisti em dizer ser uma roubada e hoje digo: ai, que saudade!

sábado, 23 de agosto de 2008

enquanto a inspiração não vem....

Depois de gerações sem aparecer por aqui venho só pra tirar o pó e o cheiro de mofo simplismente para dar o ar da graça.
Sim, tenho 32245752455455 assuntos para serem tratados aqui e nem vou mencionar porque estragaria os próximos capítulos. Então, enquanto o tempo para escrever não vem (siiiiiiim, estou trabalhando pracaraleo por parível que increça!) vou postar um singelo dicionário que eu e minhas amigas-irmãs escrevemos para quando voltarmos ao Brasil lembrarmos do nosso dialeto.

*Tchacharar – verbo intransitivo direto. Ação na qual a pessoa age de maneira excessivamente falante.
*Prestar vestibular – ação onde a pessoa fica rondando um grupo ou um determinado indivíduo para puxar assunto e fazer amizade.
*Piriguetar – ato de tornar-se visível e disponível para o sexo oposto
*Expor a figura – passear pelo condomínio para tornar-se visível para todos
*Off line – dormir ou estar incomunicável
*De foder – o máximo dos superlativos
*Big brother – a experiência de viver em intercâmbio no vista way
*Maravis – adjetivo aplicado a alguma coisa considerada muito boa (principalmente homens)
*Doletas – moeda local, apelido do dolar
*Malmita – marmita, comida preparada semanalmente por um dos nossos, com o sotaque do interior do sul do país (lááá do maringá)
*Carne fresca – pessoas (possivelmente interessantes) recém chegadas a um determinado local
*Partiu – ato de abandonar um local


ainda falta alguma coisa, depois coloco mais!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O dia em que eu sentei no banheiro e chorei

de alívio, de raiva, de tristeza, de alegria, por estar - finalmente - me sentindo livre....

Well, well, well... melhor explicar o que aconteceu, não?
No capítulo anterior eu disse que estava trabalhando no "novíssimo" projeto da disney chamado super greeter. Pois bem, a merda fedeu exatamente aí. Fui colocada pra trabalhar em um local onde as pessoas não faziam idéia do que estava acontecendo, não sabiam o que eu deveria fazer e nos primeiros dias eu fui cobrada por uma coisa à qual não sou paga pra fazer.
Lóóóóóógico que bati o pé e disse que não trabalharia com quick neeeeeeeeeeeeem na porrada. Aviso aos navegantes extra-disney: quick service são as lanchonetes e eu sou de restaurante, um mundo totalmente diferente. O salário de quick é maior do que o de full, então não devo fazer nada que diga respeito à essa rotina louca.

Explicando o que é super greeter:
São pessoas, preferencialmente brasileiros, que são colocados em pontos estratégicos do parque para dar assistência aos brasileiros, especialmente aos grupos de excursão. Traduzindo, se necessário guiando, dando dicas ou simplesmene conversando pois alguns deles se sentem meio perdidos aqui. É um trabalho basicamente social, o operacional fica um pouco de lado.

Mas muitos do local onde eu fui "jogada" não entenderam isso e passaram a me olhar de cara feia, cochichando... Até entendo, enquanto o caboclo tá lá esquentando o umbigo fritando batata, eu tô na frente do local sorrindo, convidando as pessoas para entrar, distribuindo mapas, toda pintosa.
Porém a culpa não foi minha, não pedi pra fazer isso e muito menos pra trabalhar onde fui parar.
Logo na primeira semana eu me senti muito mal, mas o que me ajudava era a liberdade que eu nunca tive nos tempos de Prime Time, pois como greeter eu poderia andar pelo parque e conhecer gente nova, fazer novos amigos dos mais variados roles. Fiz amizade com guest, me encantei com os guias turísticos mais fofos e sempre com a fiel companhia de Lud e Carol.
Todas as manhãs era a mesma coisa, o encontro das três pra fazer a ronda...
Sabe lixeiro que um fica varrendo o lixo do outro? Pois bem, com a gente esse papo de greeter era basicamente isso. Três greeters pra uma única família, pra dar uma única informação... e ai de quem separasse a gente!

Por mais que a companhia das amigas fosse quase contante eu ainda estava mal por causa da forma com que as coisas andavam na minha base. Não é nada legal trabalhar em um local onde todos te olham com cara feia e fazem comentários maldosos. Tinha pedido pra voltar mas eles davam a mesma resposta: mas são apenas cinco semanas.... isso porque TEORICAMENTE trata-se de um trabalho opcional, ficaríamos lá se quiséssemos.

Até um dia em que a bomba estourou, a bomba do preconceito americano. fiquei a minha última semana de greeter aguentando desaforo de americano falando mal de brasileiro na minha cara. Alguns falavam comigo sem eu saber que era brasileira e eu dava corda pro cara atéééééé ele falar bastante merda e depois ler sem acreditar muito que eu sou do Brasil. Aquilo tava acabando comigo, mas isso não me tiraria de lá, afinal guest é guest.
Mas foi nessa mesma leva de preconceito de americano que se acha o foda que eu consegui minha carta de alforria. Porque aguentar guest babaca e ignorante é uma coisa, já aguentar cast member fdp que fala mal de brasileiro na minha fuça e ainda maltratar os brazucas beeeeeeeem na minha frente é demais! Eu não aguentei a pressão e pedi pra sair, mas pedi pra sair conta por y, x e z! Claro, não deixaria um caso de extrema filhadaputagem como aquele assim sem contar às autoridades. E foi assim que eu consegui voltar, por causa do "comportamento inaceitável" que eu fui obrigada a ver nos últimos dias.

Enfim, logo depois de ter vivido fortes cenas de preconceito e intolerância, me segurando horrores pra não chorar, eis que aparece um engravatado me procurando me dando a notícia de que havia lido meus 224572565656 emails e que eu não deveria passar por aquilo, no dia seguinte, prime time me aguardava. CARAAAAAAAAALEO, sei que americano é meio frio, mas quase dei um abraço no engravatado! Conversei mais um pouco com ele com a minha roommie mexicana observando tudo sem entender o que se passava. Ela tava preocupada com o que acontecia comigo e com a minha tristeza dos meus últimos dias trabalhando lá, mas vendo meu semblante mudando, ela logo percebeu e chutou: vai voltar?
Só foi o tempo de abraçá-la e sair correndo pro banheiro
É ruim que eu vou dar mole pra malandro ver a minha cara toda borrada e pior, sem entender nada.
Entrei no banheiro, sentei, encostei a cabeça na parede e só deixei o aguaceiro sair dos olhos. Era uma mistura de emoções que eu nem sei mais que porra era aquela, os últimos dias tinham sido tão difíceis que só mesmo uma notícia daquela pra me fazer sorrir novamente, com vontade e não porque sou paga pra isso. A minha vontade foi de sair contando pta todos, mas me contive em contar apenas para os amigos e, claro, pra manager de lá que nada tinha a ver com essa história. Pelo menos saí limpa daquele lugar, saí porque pedi, porque algo muito errado foi feito comigo, não fiquei puta com manager nenhum, mas hora extra lá eu não faço nem na porrada.

O dia seguinte: oh, happy day...
O mais próximo que eu posso estar de casa é no lugar onde as pessoas queridas estão, sem ser no vista, a minha casa chama-se 50's Prime Time Cafe. Até da costume dos anos 50 eu sentia uma imensa falta, das televisões, das saudações (hi, kids!, bye, kids!... todo mundo vira uma criança lá). Sem ser piegas, mas deu uma vontade de chorar duca quando eu entrei naquela porta da cozinha pra bater meu cartão. Parece que tudo tinha permanecido igual, as pessoas que nem sempre eu conversava sorriam pra mim me dando boas vindas novamente e os mais chegados me deram as melhores boas vindas que eu poderia esperar.
Em pensar que um mês atrás eu estava de saco cheio de lá e vibrando com essa história de super greeter... a gente sempre dá valor quando perde mesmo.
Ainda bem que eu tive a maravilhosa oportunidade de voltar atrás e sim, dar valor ao que tenho, aos meus amigos de lá, estreitar os meus laços, dar mais atenção àquela pessoa que às vezes por timidez não é muito de falar.

Agora eu não estou sorrindo porque "sou paga pra isso" e sim porque tenho vontade de sorrir.
Definitivamente aquele ditado tem razão: Depois da tempestade vem a bonança.
Esta é a semana mais feliz dos últimos 3 meses.
E falta uma semana pra mamãe chegar
iiiiiiiisssssssssaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Apredendo a valorizar a merda que se tem

Muito tempo sem escrever nessa bodega aqui. Às vezes a vontade que dá é de escrever no blog normal, sobre coisas normais.... mas fazer o que, né? Eu estou aqui....
Bem amigos da Rede Globo, a saga continua e as forças estão indo para o ralo. Assim como meu dinheiro! HAHAHA

Ando pensando muito no filme Tropa de Elite e no Capitão Nascimento (uuuuuuiiiiiiiii!!) me mandando pedir pra sair. Também me chamando pra sair COM ele, claro! Rs Porque a crise aqui anda cada vez mais feia. Mas não quero falar disso novamente pois já está ficando prá lá de repetitivo. Voltando ao papo sério, que é bem sério mesmo, penso, pensei e creio que pensarei durante os meus 3 meses restantes no assunto: sair ou não sair antes, eis a questão.

Pelo menos uma vez por semana imagino a minha doce pessoa mandando Professor Xavier, meu manager mais escroto, indo tomar no cu. Não tem uma semana que aquele safado me tira do sério e me faz querer ir chorar no banheiro! Mas por outro lado, tenho outros três managers ultra mega fofos que me fazem sentir um pouco em casa. É a lei da compensação...
Nem sei o que aconteceu nos últimos tempos, desde os último post. Ah, nem deve ter acontecido muita coisa não... certamente fui no shopping umas 12452424574 vezes, devo ter dado alguns call sick e esgotei minha cota, fiquei o mês quase todo no sapatinho porque tinha enfiado o pé na jaca com esse meu novo vício. Maaaaaaaaaaaaaaas, agora tudo será diferente pois o mês virou e estou abrindo julho em grande estilo: dando um call sick! Hehehehehhe por incrível que pareça agora é sério, estou sei lá o que com algum mau olhado, desidratação, tristeza por causa da novidade (próx parágrafo), saudade de casa, falta de macho.. whatever! Aproveitarei meu magical day (estou escrevendo isso na véspera) pra fazer Amelia things como lavar roupa, finalmente desfazer as malas da mudança que não aconteceu....

Siiiiiiiiiim, mudança que não aconteceu! Sabia que algo estava faltando aqui. Quando a gente acha que vai melhorar, a vida te prova que é possível piorar e te mostra que sim, devemos valorizar a merda que temos. Vamos aos fatos: 3804, o apartamento do terror, isso aí já é um fato conhecido de muitos que leem essa palhaçada aqui. Mas me deu um siricotico e queria mudar pra algo melhor onde tivesse mais brasileiras. Claro que não abandonaria minha roommie nunca, portanto precisaríamos de uma apê com brazucas legais e com duas vagas. Missão impossível? Pior que não! Aconteceu no mês passado com duas das nossas amigas mais chegadas, mas ficamos com medo de ir pra lá, e acabamos ficando no terror place. Como somos brasileiras e não desistimos nunca, ficamos sempre na expectativa de alguma coisa melhor aparecer e não é que apareceu? No meio do meu trabalho, uma amiga minha me liga correndo pra avisar que tinha duas vagas no apê dela e que deveríamos ser rápidas. Como duas flexas, fomos ver como teríamos que fazer e tal.... o procedimento de relocação aqui no Vista Way é muito simples, se eles virem que dá pra você realmente se mudar, você paga os cinqüentinha e se muda. E foi o que fizemos, pagamos, empacotamos tuuuuuuuuuuudo e, na hora de levar as coisas uma pedra (ou duas) apareceu no nosso caminho. A nossa amiga disse que tinha duas vagas, mas em quartos diferentes e ela faria tudo para colocá-las em um único quarto, mas isso tudo foi feito depois de nós já termos pago a porra toda! Resumo da ópera as outras meninas não arredaram o pé e cada uma quis ficar no seu respectivo quarto. Tentamos levar nossas coisas mesmo assim, e tentar resolver isso com o passar dos dias, mas fomos “calorosamente” recebidas por uma das meninas com uma das portas trancadas. Será mesmo que preciso dizer qual é o continente de origem da doce criatura? Hehehehehhe só que dessa vez, não é China! Na hora pensei que aquilo iria dar merda e comecei a ficar com dó das meninas (as legais) do meu apê. A mexicana ficou toda mal quando soube que iríamos embora e a china (pseudo-sapata) ficou muito triste meeeeeeeeeeeeeesmo. E pensei: tô trocando uma merda por um monte de bosta ainda mais fedorenta? Pelo menos aqui eu conheço meus problemas, sei quem é do lado negro da força e quem é apenas esquisito. E lá foi o cão arrependido pedir pra desmudar e não perdi tempo, expliquei o porquê da minha desistência. Ah, taiwanesa fidaputa, tu ainda me paga!

O que eu falei mais acima, sobre a vida te mostrar que as coisas podem ficar piores deveria ser pintado no meu quarto pra eu parar de merdinha e querer mudar as coisas afim de melhorá-las pois sempre dá merda, como foi lido no parágrafo acima. Andava meio de saco cheio do meu trabalho no Prime Time, sempre fazendo a mesma coisa, sempre trabalhando muito mais do que aqueles americanos folgados e sempre muito mais cobrada que todos eles. Achava que eu tinha tendências xenofóbicas até chegar aqui nessa terra.... o quêêêê?! Habla siério! Esses americanos não toleram nada que não venha do mesmo país que o deles, e a forma “tolerante” deles dizerem “ai, cruzes” é, “nossa, que exótico!”. Achava que aquilo era um problema do local e não da cultura deles. Acabei culpando muita gente inocente por causa disso, e só fiquei valorizando muitas pessoas queridas na minha última semana, quando todo mundo ficou sabendo que eu estava pra ir pra outro lugar, e muitos vieram falar comigo super tristes. As pessoas falando pra eu apaecer lá na minha folga, pra dar um alô que sentiriam minha falta e todo aquele blablabla.... pode parecer meio piegas, mas não esperava por isso. Aí, lá fui eu pro meu novo job de brazilian super greeter. O estranho é que na véspera do meu primeiro dia comecei a me comportar como se fosse o último dia da minha vida, como se eu não quisesse acordar no dia seguinte. Deveria ser um pressentimento, porque puta merda, que trabalhinho escroto! Brazilian super porra nenhuma, isso sim! Ninguém sabia de nada desse cargo e, como eu fui remanejada pra uma lanchonete, logicamente me colocaram de quick. CARALEO!!! Não recebo e muito menos ganho como quick, “fiquei puta” é apenas um elogio perto d estado que eu fiquei. Puto ficou foi o pessoal de lá que me via fazendo porra nenhuma e não entendia o porquê. Só sei que o House of Blues desse domingo mais parecia um sindicato revoltoso, todo mundo reclamando da mesma coisa e, voilá, hoje pela manhã o manager do cast service trabalhou feito um cachorro pra explicar em todos os locais que raio de trabalho era aquele e que nós não poderíamos fazer nada a não ser dar informações e prestar auxílio aos guests. Agora, imagine pra quem tá lá na cozinha, fritando batata, e vê a mamãe aqui só de rolê dando oizinhos, tchauzinhos e coisas mais amenas? Tem mesmo razão pra ficar puuuuuuuuuuuuuto!!!! Enfim, não estou gostando, passo o dia com gente me olhando de cara virada (vamos combinar, eles têm lá sua razão pra isso), ninguém conhecido, ninguém amigável.... é, essas cinco semanas serão longas! Que saudade do Prime Time! E eu reclamava...

Semana que vem rola o tal quatro de julho, acho bonito quando acontece essas paradas patrióticas. Quisera que tivesse algo assim no Brasil. Vou cancelar minha hora extra (hehehehe) só pra ver qual é a desse dia. Tá aí uma das coisas que eu bato palma pra esses caras, esses são patriotas pra cacete. Vou assistir aos fogos do quatro de julho com meu lindo pin do Brasil, patriota por patriota, sou mais eu!!!!

sábado, 7 de junho de 2008

A cast member e a bolha

Juro, nunca mais minto, nunca mais falo inverdades afim de me dar bem porque no final das contas eu acabo me ferrando. Lembro bem do dia da entrevista da STB onde a mocinha me perguntava diversas vezes se eu me importava de dividir quarto e de morar com pessoas de culturas diferentes. E o que eu disse? Hein? Hein? Claro que não, que achava que aquilo era engrandecedor, que dividi quarto com minha irmã por muitos anos e, apesar de literalmente termos saído do mesmo buraco, posso sim considerá-la uma cultura diferente da minha. Disse até que sentia falta dos tempos em que eu dividia quarto com minha irmã, ou dos (malditos) tempos em que eu morava em república... Tudo isso com o olhar mais saudoso do mundo! Não consigo entender de onde eu tirei tanta ternura ao falar dessas lembranças que, pra mim, são pavorosas!

O fato é que eu menti pra caralho, deveria ter ganhado o Oscar pela minha belíssima atuação de mocinha altruísta que não se importa em dividir objetos & espaços. E o que deu? Sim, amigos da Rede Globo, por pouco não fui enviada pra sede da ONU. O que já parecia ruim demonstra sinais de que a merda apenas começa a feder! Nem preciso fazer a escalação do time do 3804, o apartamento do terror, mas apenas darei algumas novidades que são proporcionais ao meu mau humor.

Não sei se por aí no Brasil a notícia está correndo, mas aqui rolou uma tal de semana gay, mas acho que essa porra vai é durar a vida inteira porque vai ter público gls assim na puta que o pariu! Pra minha sorte, a festa gay do meu parquinho, que by the way, foi o primeiro a fazer, foi realizada no meu day off! Ou seja, nada de me sentir diabética em loja de doces, nada de ficar dizendo "o que, o que, o que!" pras cantadas da mulherada. Nada contra, mas não morreria de orgulho se filho meu fosse. E eis que a marreco da chinesa que mora aqui ficou toda-toda, cheia de perguntinhas e interesses. Aí, depois do dia em que ela descobriu essa festa se liberou mais e, adivinha? Sim, amigos da Rede Globo, de acordo com minhas suspeitas e seguindo ditados infames, quem quiser seguir esse "quem não tem cão, caça com gato", é só procurar a chinesa aqui em casa. Eu, hein? rs Coisa mais bizarra...

A briga por um lugar mais limpo continua. Hoje eu acabei de descobrir que meu banheiro, além de um lugar de se fazer #1, #2, tomar banho... também é uma lanaderia com direito a varal! O lugar fica totalmente emporcalhado! E ao ver aquela zona do que eu lembrei mesmo? Da minha mentira! Pois algumas amigas minhas também passam o mesmo problema com as chinas delas então, porqueira deve ser algo cultural, deveria ser respeitado, neah? rs

Devo admitir, isso aqui já tá perdendo toda a graça que tinha antes. Ok, tô jogando caô de homem quando quer terminar a parada só porque já transou com a menina. Vai ver que é isso mesmo. Já usei e abusei de todos os parques, não aguento mais ver os ônibus alfabéticos, costumes ridículas, sorrir pra guests idiotas, dizer "hiiiiiiiii, princess" pra criança mais horrenda do mundo. Sim, eu precisava de um refúgio, de um lugar onde eu poderia ser eu mesma, onde eu poderia olhar com cara de nojo, pedir licença de qualquer jeito, poder reclamar do mau serviço, enfim, fazer algo que não fosse extremamente positivo, ou o que o chefinho chama de basics...

Eis que meu refúgio essa semana foi um call in pra fugir pra Universal Studios. Definitivamente não é a Disney! O tratamento passa a milhas de distância dos basics, as pessoas não sorriem o tempo imteiro e... guess what, eu perdi a conta de quantos olhares de nojo mandei pro povo, quantas reclamações eu fiz. Aaaaaaaaaaah, que saudade da minha maléfica identidade! De fato, eu estava um pouco adoentadinha, o call sick foi só uma dramatização de uma realidade, mas fui mesmo assim e fiquei maaaaaaal depois, mas me diverti, me senti leve! E sabe do mais? Era disso que eu precisava, sair da bolha da Disney.

Fiquei uns 200 paus mais pobre, mas me diverti pra caralho e com a possibilidade de voltar lá quando eu quiser (passe anuaaaaaaaaal!), agora eu já sei pra onde eu posso correr quando me sentir sem ar. Mas ainda não me sinto saisfeita, quero ter uma vida extra-parque mas isso aí será um novo passo. Quando eu puder juntar dinheiro pra comprar minha câmera nova, pois a minha foi pro saco e juntar pra outros planitos... eu sairei definitivamente da bolha!!!

E haaaaaaaaaaaaaja call sick pra isso, já está virando um vício.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Näo sei se caso, viajo ou compro uma bicicleta

Ou se chuto o balde! rs

Fiquei dias à fio num dilema relacionado às compras. Ohhhhhhhhhhhhhhh, por que será, hein? Hein? Hein? Se eu pudesse, minha vida giraria em torno de homem e compras. Como eu disse "se eu pudesse...". O fato é que gastei neurônio demais pensando se compraria com carro ou um computador, pensava nos prós e contras de cada um deles e... peraí, eu tô decidindo entre comprar um apartamento em Paris e aplicar milhão na bolsa ou qual é a melhor maneira de gastar 700 paus? Realmente, eu sou tosca! Fiz um carnaval em torno de um troco, um troco para os frequentadores da Ilha de caras. Pra mim é grande coisa sim, mas não precisava fazer tanto estardalhaço. O assunto "não sei se compro uma bicicleta" foi encerrado da seguinte maneira:
Como diria Rita Lee, um belo dia resolvi mudar....
e liguei pra central e mandei um call in!
pra aproveitar as promoções do memorial day
e finalmente, meu laptop, eu comprei!

Os últimos dias foram meio tensos por aqui, esse apê parece que é uma bomba silenciosa, as pessoas mal se falam, e a sensação que eu tenho é que a qualquer momento alguém vai explodir. E eu sei muitíssimo bem quem fará isso! Hehehehehehehe
Desculpe, mas nas veias da mamãe aqui corre sangue quente e não água, e certas coisas eu simplesmente não aguento. Sim, virei uma bomba relógio apenas esperando o momento e a direção da explosão. É divertido isso. Como aquele personagem bichoooooooooooooona do Zorra total sempre diz, meeeeexe com quem tá quieto! Mexeu, fudeu! Por conta dessas coisas, a minha viagem mais viável foi do prédio 38 pra qualquer outro prédio. Mas aí, pensei, pensei.... eita coisa chata esse negócio de pensar! Trocar uma bosta pra ficar numa merda? Não seria trocar o seis pelo meia dúzia? Às vezes eu até sairia perdendo, então continuo por aqui, nessa Guerra Fria, porque, na verdade, até que reclamar de vez em quando é divertido. Quando se tira coisas engraçadas disso, e não como certas habitantes desse apartamento que fazem de sua vida uma reclamação. Ah, só pra constar, o problema mudou de nacionalidade, mas prefiro não comentar! heheheheheh Ih, xá pra lá!
Quem sabe a próxima viagem será Paterson Court? Pagar um pouco a mais, e quem sabe poder mudar de habitantes nos apês seria ótimo!

Agora vem a piada do ano: Não sei se caso.... Com quem, cara pálida? Quando a gente se inscreveu pra esse programa esqueceram de nos avisar do problema master: não tem homem por aqui! Quer dizer, até deve ter um perdido aqui, outro ali... rela a lenda que dia desses um exemplar foi visto andando um com uma mula sem cabeça, mas vai acreditar nessas lendas de Orlando? Eu já não acredito mais! Eu sou da linha "em fim de festa, guardanapo vira bolo" e "a necessidade faz o sapo pular". No meu caso, o guardanapo, que semanas atrás era carinhosamente chamado de papel higiênico, dado o nível que eu o rebaixava, hoje virou bolo decorado com direito a bonequinhos em cima! E disputa!!! Mas esses assunto prefiro deixar pra lá, seria muita exposição, quem sabe, sabe e quem não sabe, melhor deixar que as mentes fluam....
Já ouvi muitas coisas por aí, hoje uma amiga me disse que pega tudo menos cast member, no maior estilo "onde de ganha o pão, não se come a carne". Será? Oooooopz, melhor não comentar novamente! hahahahhahahahahah
Só digo o seguinte, vivemos numa bolha, quem não é guest, provavelmente será cast member. Porque fechar um círculo que já é tããão fechado? O jeito aqui é ou entregar-se ao ceibabto total nesses seis meses ou cair matando e tentar pegar papel amassado na ventania. Fazer o que? A maldição de outra amiga deu certo, 0% homem....
E dá-lhe guardanapos virando cada vez mais bolos!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Todo trabalho é bom, o ruim é ter que trabalhar!

Todos os dias quando eu visto minha rosada costume e o belíssimo avental para ir para o tronco eu me lembro do saudoso Seu Madruga com essa frase. E não é que ele tem razão? Como eu tava desesperada, triste e agressiva quando estava desempregada e agora veja só eu aqui reclamando de ter que ir trabalhar. O substantivo TRA-BA-LHO é lindo, o foda é quando ele vira um verbo...

Tenho certeza de que já recebeu o clássico email da segunda e da sexta feira onde na segunda-feira o urso polar sai se arrastando pela neve, urrando ou sei lá qual o som que ele faz, mas o conceito de obrigação cai muito bem com a nossa segunda-feira brasileira. Já na sexta é o vídeo de um pinguim correndo saltitante, todo feliz. Por que será? Hein? Hein? Hein? Enfim, como não temos sextas e segundas, o que dizemos aqui são os off`s, que podem muito bem cair numa segunda, why not? Pra minha sorte, o meu caiu na sexta, êêêê, eu sou um pinguim!!! E a maré mansa se extende té sábado porque eu tenho aulas e ainda nem me cocei pra pegar hora extra, por enquanto só reclamo que gasto, gasto, gasto....

Ok, eu admito, esse texto será dedicado ao trabalho e à minha alegria pelo fato de eu estar trabalhando mais de oito horas por dia. êêêê, a pimentinha da minha manager finalmente ouviu meus pedidos, acho mesmo que aquela doida vai com a minha cara! Bem.... alguém lá tem que ir, mas isso é oooooutro papo, pra outro post... rs
O fato é que eu passei as últimas semanas quase mordendo o cotovelo de tão desesperada porque estava trabalhando apenas 6h diárias. Dá pra ter uma noção do que é isso? Logo eu, que numa brimcadeirinha no Walmart gasto pelo menos uns 60 paus? Ok, ok, eu sou uma desperate wousewife e não resisto a um supermecado e parecia que a relação compras x paycheck era sempre inversamente proporcional::quanto menor o paycheck, maiores as compras.

Já tô aqui há quase dois meses e ainda não comprei meu computador, ainda não aprendi a fazer arroz com a papa nojenta que eles chamam de rice, não assisti ao wishes.... mas parece que eu tô há meeeeeeeeeeses, quando penso na casa dos meus pais, principalmente no meu quarto, parece algo tão distante, é muito esquisita essa sensação. Meus pais estão sempre presentes na minha rotina, falo com eles diariamente. VALEU, NEXTEL!!! Mas se eu for pensar nas coisas materiais, ficou tudo meio fictício, parece papo de Matrix, como se fosse coisa criada na minha mente. Papo doido, né? Mas é isso mesmo, me habituei muito bem com algumas coisas aqui. EU DISSE ALGUMAS!!!! Posso citar, posso citar, posso citar? Então senta que lá vem história.....

1- povinho BABACA esse americano, hein? Vô te contar, nunca vi gente mais arrogante que eles. Tipo, você (tô dando um exemplo da minha rotina de trabalho) grita o sobrenome Silveira e procura a tal família Silveira, você olha na sua ficha que esse grupo tem 4 adultos, 2 criança e 1 bebê. Na sala tem apenas um grupo com essas características e mesmo depois de você gritar diveeeeeeeeersas vezes, os Silveira fazem cara de altismo pra você até que você toma coragem e pergunta o sobrenome do digníssimo grupo. E.... adivinha qual é.... BINGO! Impaciente (mas sempre sorrindo!) você diz na brincadeira (pois no meu restaurante é possível brincar) que estava berrando por Silveira. E o cara simplesmente vira pra você e diz "Não, você estava falando Siiilveira." E a vontade de mandar no cu fica ondeeeeeeeeeeeeeeeee?

2- dividir banheiro. Nem comento mais de dividir quarto, apartamento.... mas banheiro tá sendo a perda total da dignidade. Divido com Lud, minha roomie, rainha Elizabeh (a inglesa safada) e Baolin (a chinesa que mais parece um marreco quando entra no banheiro) Usar o banheiro mais parece ganhar na Mega Sena, mas isso nem me emputece mais, o que me tira do sério é a porqueira que a comunidade asiátia e européia. É um tal de cabelo no ralo, marrreco que mais parece tomar banho na pia e não debaixo do chuveiro, cabelo espalhado no chão, lixo que ninguém tira... E, pra quem me conhece bem, isso mais parece uma conspiração pra me tirar completamente do sério!

3- carro... o que é isso mesmo? Nunca andei tanto de ônibus na vida! Tava pensando em comprar um carro ao invés de comprar o computador, mas fiquei pensando na quantidade de "amizades" instantâneas que surgiriam a partir daí, doidas por uma carona, e que seriam meus "amigos" pra sempre, mas na hora de pagar a gasolina se fazem de mortos. Pensei muito bem, e comprando o computador, ninguém me encheria o saco. Vou sofrer sem o carro, mas dessa maneira não terei enchessão de saco.


Ando pensando em muitas coisas ultimamente, não sei se caso, viajo ou se compro uma bicicleta...
Isso, deixa essa frase pro próximo post! rs