sexta-feira, 21 de março de 2008

HIP, HIP, URRA! O fim da tortura final

“Caraca, tô me sentindo na novela América!” Eu nunca fui tão censurada por soltar um comentário tão simplório! Paulinha praticamente me deu um tiro em pleno consulado americano por eu ter falado isso! Enfim, estávamos nervosas e achando que aquilo era um Big Consulado Brasil.


Depois de passar dias a foi juntando documentos, imaginando conversas com o cônsul, supostas situações, milhares de “se se’s..”, da família numa torcida que a gente chega a achar ser quase utópica, dos amigos levarem numa não seriedade esse assunto que chegamos até a nos afastarmos deles e com os novos amigos cast members só falamos isso, enfim, surtamos! A entrevista para o visto passa a ser o nosso pesadelo final... Imagine só, todo o nosso esforço até aqui será validado por um reles carimbo que estará nas mãos e boa vontade de uma pessoa que mal te conhece e mal leu toooooodos aqueles formulários que você preencheu com todo carinho e cuidado. As minhas últimas duas semanas (no mínimo) foram muito tensas, eu só pensava nisso, só pensava que não queria ter nadado tanto pra morrer na praia.


Um menino do nosso grupo não conseguiu o visto, o que me deixou muito abalada. Fiquei muito triste por ele, me coloquei no lugar dele, foi como se meus sonhos tivessem sido cortados da mesma forma que os dele também, foi uma dor não solidária, eu me senti como se fosse ele. Talvez porque somos da mesma idade, e senti isso na pele por antecipação... fiquei maaaalllll, me abalou isso e me deixou ainda mais noiada com todo esse processo.


Chegado o grande dia, eu não havia dormido na véspera.... se dormi, foi papo de duas horas no máximo. E lá fomos nós teeeeensas e eu tentando conter meus comentários absurdos pra não correr o risco de não levar um tiro das minhas amigas! Primeiro passo: impressões digitais, ok! Segundo passo, entrar em uma cabine e falar com a moça. Seria uma entrevista? Pra mim, não. Mas eraaaaaaaaa! E lá foi a lost total aqui entrar na cabine e falar com a moça. Ela me perguntou umas coisas do meu nome e curso. Até aí, ok... pensei que fosse conferência de documentos. Aí, DUNA.... ela começa a falar em inglês comigooooo! Não resisti, comecei a rir e perguntei se aquilo era entrevista! A mocinha deu um leve riso e disse que sim. BELEZA! Já comecei dando mancada numa coisa séria, só eu pra fazer uma coisa dessas! Mas depois fluiu legal, dando altos engasgos, lógico, não estava preparada pra uma entrevista, e muito menos em inglês, ainda mais com a mocinha me questionando sobre a profissão da minha mãe. A culpa não é minha se não existe tradução para instrumentação cirúrgica!


O alívio chegou quando a mocinha disse a palavra “visto concedido”. PUTAQUEOPARIUUUUUU! Que palavra mais bonita! Deu uma vontade de dar o bombom que eu tinha guardado na bolsa pra ela... só por gratidão! Caraca, agora nada me impede de ir!!! Depois disso rolou uma comemoração com minhas amiguinhas powerpuff no Taiping e os torpedos comendo solto! Deu vontade de mandar torpedo pro Bush pra avisar que agora eu tinha visto J1!


Cara, parecia meu aniversário novamente, com aquela enxurrada de parabéns, parecia vitória no Brasileirão quando aqueles caras levantam placa do “eu já sabia”...
parecia mais um dia feliz na minha vida....